Até 35 anos fui uma pessoa relativamente normal. Digo relativamente porque, apesar de ter muitos defeitos de caráter, minha vida transcorria normalmente. Sempre fui uma pessoa ativa. Teve uma época em que, além de trabalhar em dois empregos, ainda fazia o curso primário, ao mesmo tempo.
Apesar de funcionar normalmente na vida, vivia insatisfeita, irritada com a vida e com o mundo. À medida que foi se aproximando a idade de 40 anos é que começou o medo de morrer. Ai, então, minha vida virou um inferno, porque às 24 horas do dia eu não tinha sossego; meus pensamentos só giravam em torno da morte. Passei a viver só dentro de casa, numa prisão que o medo me impôs. O medo era tão torturante que cheguei a varrer a casa de joelhos, com medo de cair. Tomava banho de cócoras e comia deitada.
Durante quatro anos essa foi a minha vida. Tentava enfrentar, mas o mal-estar me acompanhava em todos os lugares. Para se ter uma idéia, não entrava mais em mercado, não fazia festa. não ia a festas. Tudo por causa do medo de morrer.
Fiz três anos de tratamento com psiquiatras, tomei muitos tipos de calmantes, mas tudo sem resultado!
O sofrimento emocional ia se alastrando, até que conheci o Programa de N/A. No começo foi difícil, tinha que ir de táxi e à custa de ansiolíticos e estimulantes, também porque não acreditava que só falar e ouvir iria resolver o meu problema. Mas fiquei e fui perseverante. Essa perseverança ajudou-me a entender que a literatura do Programa, ao ser praticada, era um grande apoio para superar os problemas. Foi a minha salvação!
Hoje viajo de metrô e em ônibus lotados, sem sentir falta de ar, vertigens ou entrar em pânico. Viajo com total liberdade, como um passarinho livre para voar. Não é preciso dizer que cuido da minha casa de modo normal e tudo isso eu consegui com a ajuda do Programa de Neuróticos Anônimos.
Therezinha
Importante: Para Neuróticos Anônimos, neurótica é qualquer pessoa cujas emoções interferem em seu comportamento, de qualquer forma e em qualquer gráu, segundo ela mesma o reconheça.