Participo de N/A há um bom tempo. Comecei eufórica pois encontrei um porto seguro para o barquinho quase afundado que eu era. Mergulhei de cabeça, querendo fazer tudo ao mesmo tempo para preencher o vazio que sentia.
Procurei estar próxima de pessoas que, ao meu ver, haviam despertado espiritualmente. Estas pessoas ajudavam meu crescimento espiritual e emocional e eu as idealizei, colocando-as num pedestal.
No grupo, procurava fazer de tudo para camuflar meu complexo de inferioridade, pois queria provar para as pessoas que eu era importante. Precisava ser aceita e aprovada pelo grupo porque eu mesma não me achava capaz.
Trabalhando meu complexo de inferioridade, pude perceber que procurava ser sempre boa em tudo que fazia para mostrar-me superior às pessoas. No entanto, estava buscando a aprovação, a aceitação e o afeto delas. Também pude perceber meu orgulho ao querer ser perfeita para encobrir a inferioridade que sentia. Junto com o complexo apareceram o medo (da reprovação), a autopiedade, a insegurança, a falta de fé, amor próprio e autoconfiança.
Tudo isso porque não acreditava em mim e não me dava o direito de errar.
Em relação aos companheiros, eu os idealizava porque queria ter a segurança e o crescimento que eles tinham. Hoje, percebo o quanto isso é perigoso para toda a Irmandade, pois quando algumas dessas pessoas nos magoam, nós o culpamos e até justificamos nossa saída do programa responsabilizando-o. Percebo também que quando isto acontece é em parte nossa culpa – por havê-los idealizado – em parte culpa do outro – que também tem seus momentos de qualidade e defeitos.
Agora, companheiros, com a graça do Poder Superior e com a leitura e prática do programa, estou aprendendo a me amar, valorizar, ser autêntica sem ter que provar nada para ninguém. Estou aprendendo a assumir responsabilidades pelos meus atos, a dizer sim e não, colocando cada companheiro no seu devido lugar “no chão”, a ir mais devagar em relação à N/A, pois há tempo para tudo. Estou aprendendo também a não esperar nada de ninguém, pois cada um dá aquilo que tem naquele momento.
Quando estamos com o Poder Superior, aprendendo a nos amar, respeitar e aceitar o próximo, praticando o programa, começamos a nos modificar e nos tornamos tolerantes e pacientes com as nossas emoções.
Desejo à todos 24 horas de paz e serenidade.
Sônia /SP
Importante: Para Neuróticos Anônimos, neurótica é qualquer pessoa cujas emoções interferem em seu comportamento, de qualquer forma e em qualquer grau, segundo ela mesma o reconheça.