Neurose da Ansiedade

Eu tinha uma inquietação na alma que funcionava como uma espécie de bloqueio e me impedia de sentir-me em paz e bem comigo mesma e com os outros também.

Muito tempo se passou até que eu reconhecesse que era ansiedade. Era um “vício” mental de manter a adrenalina em alta, não chegava a euforia, mas passava muito perto, e para manter aquele estado mental eu me tornei uma pessoa compulsiva. Hoje, posso chamar isso de adicção – um desejo incontrolável de manter a mente alterada. Eu vivia na busca de mais, comprar mais, agradar às pessoas, procurar o Poder Superior em toda parte, menos dentro de mim.

Ao reconhecer a ansiedade como doença neurológica que afeta muito o emocional, descobri que estava diante de um inimigo imbatível e que, se não o reconhecesse como uma doença – Primeiro Passo – iria continuar lutando com uma sombra que me torturava o tempo todo. Também não iria reconhecer que precisava da ajuda de um Poder Superior para me devolver à sanidade.

Quando aquela energia estava em alta eu entendia como “alegria”, e quando abaixava o nível eu caia em uma profunda tristeza, melancolia, autopiedade e na depressão. Novamente empreendia uma luta interna para me livrar daquele estado mental e emocional.

É muito complicado viver numa gangorra emocional, ora em cima, ora em baixo. Minha alma era prisioneira do egocentrismo. Eu queria fazer a vida funcionar da minha maneira.

Em dado momento eu descobri duas “chaves” importantes para a minha recuperação. A primeira foi o Sexto Passo: prontificar-me a encarar minha personalidade egocêntrica. E logo percebi que isso não era tarefa fácil; era preciso coragem, especialmente por se tratar de emoções compulsivas. Era preciso aprender a dizer não para os meus sentimentos negativos, evitando a compulsão pelo sofrimento. A segunda “chave” foi o Sétimo Passo, humildade para rogar pela ajuda do meu Poder Superior.

Aprendi que “em termos espirituais caminhar sozinha é perigoso”. A partir de então foi ficando cada vez mais fácil reconhecer minhas emoções descontroladas como uma dependência emocional. Eu não sabia que tinha escolha, que poderia dizer basta ao meu egoísmo (Sexto Passo).

Descobri que Grover B. percebeu em A.A que, se o alcoolismo é uma doença compulsiva, ele viu e sentiu que sua depressão era uma espécie de fuga emocional, uma maneira de aplacar a ansiedade, e sua fonte é o egoísmo ou egocentrismo, que é a preocupação excessiva consigo mesmo. Ora, o que sente uma pessoa quando excessivamente preocupada consigo mesma ou com qualquer coisa? Ansiedade, que leva necessariamente à depressão: leve, moderada ou grave.

Portanto, é muito importante reconhecer, através de estudo individual e em grupo, o que cada um dos Doze Passos e das Doze Tradições de N/A tem para nos ensinar na caminhada para a recuperação.

Paz e Serenidade!

Contribuição de uma neurótica a caminho da recuperação – SP.

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